Homenagem para a pesquisa oncológica da Unioeste

por claudiney publicado 14/10/2025 17h40, última modificação 15/10/2025 10h34

PESQUISA ONCOLÓGICA DA UNIOESTE TEM RECONHECIMENTO DO LEGISLATIVO BELTRONENSE

 

      No Outubro Rosa, movimento internacional que celebra a conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer, a Câmara de Vereadores reconheceu com a Moção de Aplausos o Laboratório de Biologia de Tumores (LBT) da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus Francisco Beltrão, pelas relevantes contribuições científicas e sociais na pesquisa oncológica.

      A concessão da honraria, uma iniciativa da vereadora Mara Fornazari Urbano, Procuradora das Mulheres no Legislativo, e do vereador Marcos Folador, Procurador da Juventude, recebeu aprovação unânime. “Esse laboratório é um marco nacional em pesquisa aplicada à oncologia e saúde coletiva, especialmente para entender o câncer de mama na realidade rural, que é muito grave em nossa região. Esse reconhecimento visa valorizar este trabalho que tem como missão salvar vidas”, destacam os autores da Moção, entregue para Dra. Carolina Panis, coordenadora de projetos e orientadora, acompanhada do médico oncologista Dr. Daniel Rech, do CEONC, um dos principais apoiadores da iniciativa.

       Criado em 2014, junto com a implantação do curso de Medicina, o laboratório surgiu para investigar e solucionar problemas de saúde específicos da região Sudoeste, onde a incidência de câncer de mama ultrapassa a média nacional em mais de 30%. Se consolidou por unir a universidade, hospitais e centros de referência em pesquisa do câncer, como o Hospital do Câncer (CEONC) e o Instituto Nacional de Câncer (INCA).

       A equipe coordenada pela Dra. Carolina é formada por estudantes de graduação e pós-graduação, e integrantes das Ligas Acadêmicas dedicadas à oncologia e ao câncer de mama. O laboratório também atua em parceria estreita com docentes convidados, outros pesquisadores da Unioeste e profissionais de saúde da rede pública regional.

        Com o tempo se tornou referência em coleta, análise, processamento de material genético e amostras biológicas de pacientes diagnosticados com câncer. Desenvolve o mapeamento genético e epidemiológico, cria bancos de dados clínicos, realiza entrevistas e exames laboratoriais. É responsável por pesquisas científicas sobre fatores ambientais, genéticos e ocupacionais, especialmente o impacto dos agrotóxicos na saúde das mulheres agricultoras.

        Com o apoio da Itaipu Binacional, foi possível adquirir tecnologia de ponta através de um espectrômetro de massa capaz de analisar mais de 400 tipos de resíduos de agrotóxicos em amostras humanas, animais e ambientais, tornando possível investigar profundamente o elo entre exposição química e o desenvolvimento de tumores malignos. Esta parceria rendeu investimentos superiores a R$ 2,6 milhões para fortalecer a estrutura do laboratório.

                                                     Pesquisa ampla e regional

       O projeto carro-chefe do laboratório é o “Mapeamento do câncer de mama familiar no Sudoeste e o estudo da associação de risco com agrotóxicos”. Foram entrevistadas e analisadas mais de 4 mil mulheres da região, identificando que as expostas profissionalmente aos pesticidas têm 32% mais risco de desenvolver câncer de mama e 52% mais chance de metástases em comparação à população geral. Os dados também apontam que o perfil biológico do câncer é mais agressivo entre as agricultoras.

       Destacam-se ainda as pesquisas inovadoras sobre prevenção, identificação precoce de tumores, estudos de genética populacional e colaboração com programas de pós-graduação, preparando novos cientistas, mestres e doutores. O LBT já foi tema de publicações em revistas internacionais de alto impacto, como a revista internacional de saúde The Lancet, pela relevância de seus estudos sobre exposição a pesticidas e aumento do risco de câncer em mulheres do interior do Brasil. Os resultados influenciam políticas de saúde pública e protocolos médicos.

         O laboratório multiplica impactos, melhora os protocolos clínicos locais, forma e capacita novos profissionais de saúde, integra pesquisa, extensão e ensino, além de lançar campanhas educativas em saúde. A atuação direta junto à comunidade resulta em diagnóstico precoce, aconselhamento genético e apoio psicológico para pacientes e familiares.

         “O LBT não é apenas um centro de pesquisa, é referência de inovação, impacto social e compromisso público com a vida. Seu trabalho traduz-se em avanços científicos, formação de excelência, criação de políticas e esperança concreta para milhares de famílias. A sua história é um exemplo do trabalho realizado nas universidades públicas, que transformam realidades, contribuem com o país e, neste caso, coloca Francisco Beltrão no cenário nacional e internacional da pesquisa sobre câncer de mama”, enfatizam Mara e Marcos.

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