Audiência propõe avanços na Educação Especial

por claudiney publicado 11/07/2025 11h30, última modificação 11/07/2025 14h31

      Uma Audiência Pública realizada nesta semana na Câmara de Vereadores de Francisco Beltrão proporcionou um importante debate sobre a necessidade de avanços na Educação Especial nas escolas públicas e nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) do município.

        A iniciativa é do vereador Marcos Folador e contou com a presença de educadores, especialistas, estudantes, familiares, representantes da sociedade civil e oito vereadores da Casa Legislativa, tendo na coordenação o presidente Cidão Barbiero. Também participaram Anelise Marx, Pedro Tufão Filho, Mara Fornazari Urbano, Aline Biezus, Maria de Fátima e Emanuel Venzo.

        Contribuíram com falas e debates a professora de Educação Especial Fabiane Zanini dos Santos, a representante da Secretaria Municipal de Educação, Rosângela Broch, e a diretora do CEMAEM (Centro Municipal de Apoio Educacional) Maria Eliza Thomé. O tema é enaltecido em Beltrão em um contexto de intensas discussões no Brasil sobre o futuro da Educação Especial.

      “Enquanto o país busca consolidar a educação inclusiva como um direito de todos os estudantes, muitos municípios enfrentam dificuldades para transformar esse ideal em realidade. Aqui o encontro demonstrou maturidade política e compromisso social com uma educação pública inclusiva, acessível e de qualidade”, relata o vereador Marcos.

      Comenta ainda que a\s falas dos profissionais e familiares presentes reforçam a urgência de ações estruturantes para garantir os direitos das pessoas com deficiência, especialmente das crianças e adolescentes que dependem de atendimento educacional especializado.

      Para o vereador Marcos Folador, ouvir quem está na ponta do sistema educacional é essencial para transformar o cenário. “A troca de experiências e a escuta ativa de quem vive a realidade da inclusão escolar são fundamentais para construirmos políticas públicas mais eficazes. Precisamos transformar o discurso em prática, com orçamento, planejamento e responsabilidade”, diz o vereador.

      Explica que “o evento reforça que garantir uma educação verdadeiramente inclusiva não é apenas uma meta da política educacional, mas um compromisso com os direitos humanos, com o futuro das novas gerações e com a construção de uma sociedade mais justa para todos”.

       A audiência pública promovida pela Câmara segue as diretrizes de protocolos internacionais, como a Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e reafirma princípios já previstos na Lei Brasileira de Inclusão (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Ambos reconhecem o direito à educação inclusiva, em todos os níveis, no ambiente escolar comum e com o suporte necessário.

                                               Propostas apresentadas

      Durante a audiência diversos encaminhamentos foram apresentados como propostas prioritárias para o município avançar na área. Entre os principais, destacam-se:

            •Concurso público para professores de apoio, pois a carência desses profissionais compromete a inclusão plena nas escolas e CMEIs. A contratação por concurso foi apontada como medida urgente.

            •Convênios para terapias especializadas. A falta de acesso regular a terapias como fonoaudiologia, psicologia e psicopedagogia prejudica o desenvolvimento das crianças com deficiência. Convênios com clínicas e profissionais especializados podem suprir essa lacuna.

            •Aplicação efetiva da Lei Municipal 4.096/2013 que institui a Política Municipal de Proteção aos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, mas ainda carece de regulamentação e execução prática. Também foi reivindicada a aplicação do Código Estadual do Autismo do Paraná.

            •Protocolo unificado para os Planos de Ensino Individualizados, pois atualmente cada escola segue critérios próprios, o que gera desigualdades. Foi sugerido um cronograma municipal padronizado, com acompanhamento técnico e metas claras.

            •Protocolo claro para o Atendimento Educacional Especializado, com a implementação de normas unificadas para garantir equidade no atendimento e a estrutura necessária em todas as escolas.

            •Saúde mental nas escolas, devido a sobrecarga para os professores e ausência de apoio psicológico para aluno. A contratação de psicólogos para todas as escolas e CMEIs foi considerada prioridade.

            •Acessibilidade integral já que o município ainda enfrenta dificuldades em garantir acessibilidade arquitetônica, comunicacional e pedagógica. A inclusão exige investimento em infraestrutura, tecnologia assistiva e formação.

            •Formação continuada com a oferta de capacitações permanentes para professores, monitores, cuidadores e servidores públicos, com foco em práticas inclusivas e atendimento às especificidades dos estudantes.

            •Agilidade nos laudos diagnósticos, pois a demora na emissão de laudos impede o acesso rápido a direitos e atendimentos. A articulação entre saúde, educação e assistência social foi defendida como caminho para enfrentar esse problema.

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